YOGA... by the sunset

Estava a faltar a este blog um post sobre Yoga, daí que a minha mais recente experiência serviu de pretexto para o fazer.

Experimentei esta semana uma aula de Yoga na praia. Nada melhor do que acabar um dia quente de trabalho numa bela praia a praticar Yoga ao ar livre.

Infelizmente foi uma experiência única, a repetir só nos meus passeios de fim de tarde, sozinha pelas praias do meu coração. Confesso que normalmente me fico apenas pela meditação no meu cantinho predilecto debruçado sobre o mar, onde até os mais descrentes seriam capazes de iniciar a preciosa prática da meditação. A prática de àsanas em si, tendo a evitar pois poderá causar aos mais distraídos algum espanto e requer uma abstração acerca do que se passa à nossa volta que nem sempre é fácil de alcançar quando estamos incertos de que temos alguém à espreita.

Antes que comecem a franzer o sobrolho, como muitos fazem quando se lhes fala na prática de Yoga, ou a rotularem a mesma de imediato com um inconsciente " Isso não dava pra mim! É muito parado!" deixem-me partilhar alguns pensamentos.

Não posso criticar quem rotula o Yoga sem o conhecer porque eu também já o fiz antes de me ter visto "forçada" a praticá-lo. Tudo começou há uns 3 anos atrás quando me vi desesperadamente sem saúde para poder praticar qualquer desporto ou actividade que me fizesse aquecer a pele em demasia. O gosto que tenho pelo desporto e a necessidade de aliviar o stress que me diziam estar na origem do problema levou-me a ponderar procurar uma alternativa e resolvi experimentar o Hatha Yoga. Pensava eu na altura que deveria ser uma coisa calminha e bastante parada que não me fizesse suar muito, quando após a primeira aula me senti frustrada com todas as minhas limitações, já que pensava ter uma destreza física bastante razoável. Como a frustação por estar parada era maior que as demais, umas semanas depois resolvi ultrapassá-las e voltar à carga.

Senti que começava a descobrir uma nova realidade...

Disse Maitrí Upanishad, VI:25.

"A unidade da respiração, a consciência e os sentidos, seguida pela aniquilação de todos os conceitos: isso é o Yoga."

Yoga em sânscrito siginifica União. A fusão entre o Ser e o Conhecer.

E o Yoga é sempre mais do que as palavras possam exprimir. Não é um mero conjunto de exercícios, de alongamentos e proezas acrobáticas. Não inclui a crença em nenhum poder sobrenatural, nem exige fé religiosa. Simplesmente expõe um caminho de auto-análise que se pode praticar, prescindindo de qualquer teoria, crença antiga ou moderna por parte de quem o pratica. Um caminho que nos coloca na senda do autoconhecimento.

A banalização do conceito e da prática de Yoga no Ocidente leva-nos muitas vezes a questionarmos a nossa prática e o tipo de Yoga escolhido. Será o melhor? Será o mais fiel? O mais verdadeiro?

Do fundo da minha ignorância apenas posso responder com a minha convicção: seja qual for o Yoga que pratiquemos, se o fizermos com todo o nosso ser, com plena consciência da ligação entre o nosso corpo e a nossa mente, sendo fiéis a nós mesmos e aos nossos limites, e transportando a prática para todos os momentos do nosso dia, esse é o melhor Yoga para nós!

O dos outros pouco importa, pois quando olhamos para a prática do vizinho distraímo-nos da nossa e perdemo-nos no caminho.

E eu acredito que o Yoga nos coloca no caminho da plenitude e da serenidade, mas que este tem de ser desbravado dentro de nós.

Vou parar antes que volte a ouvir a minha amiga Sissi a dizer com algum enfado que estou a ficar muito Zen.

Mas não sem antes vos deixar algo que merece reflexão, e quem sabe meditação...

Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

Namaste