Sem noção

 O que mais se encontra nos dias que correm são pessoas sem noção. Talvez um dia já tenha sido uma delas. Hoje não me incluo nesse pacote.

Mas é um pacote bastante alargado o destas pessoas que não têm qualquer problema em atropelar os outros com a sua falta de noção. Sejam atropelos menores, com aquilo que dizem,  sejam atropelos maiores, por aquilo que fazem ter consequências diretas na vida das pessoas que se vêm atropeladas desta forma inconsequente.

Não gosto disso. Acho de uma injustiça tremenda não se ter em consideração os sentimentos dos outros, não se olhar com empatia para as situações pelas quais os outros podem estar a passar e que os deixa num estado de fragilidade em que não merecem ouvir ou ter que lidar com pessoas insensíveis.

E que cambada de gente insensível que habita este mundo.

Gente que não olha a meios para conseguir o que quer. E quando olham vêm apenas até ao limite do seu próprio umbigo. Gente que faz sofrer, que magoa, que pisa, que controla, que exagera.

Ninguém está livre, eu sei. Mas para mim o problema não reside aí. Porque verdade seja dita, acho que isto pode acontecer a qualquer um de nós. O problema está em fazê-lo e não ter a noção de que o fizeram. E daí advém a incapacidade de reconhecer o erro e pedir desculpas. Ou perdão, se a situação o exigir. Dizer que foi sem intenção, ou sem noção. Perguntar o que podem fazer para diminuir o sofrimento do outro. E se estiver ao seu alcance, fazê-lo. Eu bem sei que muitas vezes não está. E isso pode não atenuar o sofrimento do outro. Mas caramba, ao menos pode ser que lhe dê algum alento para continuar a acreditar que o mundo não é habitado apenas por pessoas sem noção e que também existe muita gente com coração.

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